Capelania
Vocês que crêem no nosso glorioso Senhor Jesus Cristo, nunca tratem as pessoas de modo diferente. Tiago 2:1, NTLH
Pedro estava com fome e, enquanto esperava a comida, resolveu descansar. Mas dormiu. E sonhou com muitos animais. Uma voz lhe disse para matar e comer. Havia ali porcos, patos, urubus, camelos, coelhos, etc. Apesar de estar com fome, nunca havia comido aquilo. Mesmo a voz insistindo, não teve coragem de comer. A mesma voz lhe disse que iriam procurá-lo e ele deveria ir com aquelas pessoas. Elas queriam que ele fosse falar de Jesus a um grupo que pertencia a outra etnia e religião. Ele era judeu, e estes não gostavam de se misturar com outros de etnia diferente. Eles tinham costumes muito diferentes dos seus: bebiam, iam a festas; as mulheres usavam jóias e pinturas... Mas ele obedeceu.
Aquelas pessoas resolveram que também queriam seguir a Jesus, mudar de vida e falar dEle aos outros. Mas quando Pedro voltou para a sua cidade, os da sua religião interrogaram-no sobre ele ter ido falar de Jesus a pessoas que eram de uma outra etnia. Ele, então, lhes disse que obedecera à voz de Deus.
O homem a quem ele foi visitar e falar de Jesus era Cornélio, um importante oficial romano.
Pedro e seus amigos aprenderam que Deus ama a todos e que Ele não olha a roupa que vestimos, os costumes que temos, os lugares que vamos, quando se trata de nos chamar para perto de Si. Aprenderam, também, que a mensagem de salvação de Cristo é para todos. Era esse o significado do sonho. E quem somos nós para julgar e escolher?
Muitas vezes, julgamos alguém pela aparência ou escolhemos amigos pelas posses que têm. Mas Deus não Se agrada da nossa maneira de “selecionar”. Ele deseja que aprendamos a amar a todos e a tratar a todos como Ele trataria se estivesse em nosso lugar.
O homem vê o exterior, porém o Senhor, o coração. 1 Samuel 16:7
João empurrou o outro garoto e se colocou em posição de luta. O menino levantou-se do chão e arremessou-se contra João. A luta se seguiu por um tempo, até que o outro menino, machucado e cansado, foi embora. João limpou a poeira de sua roupa e gritou:
– “Maricas”, ficou com medo?
Orgulhoso de sua vitória, foi para casa. Na rua, alguns meninos o olhavam com respeito, outros com medo. Sentia-se feliz. Era um valentão e poucos ousavam provocá-lo.
As meninas cochichavam quando ele passava e isso o deixava mais orgulhoso ainda. Erguia as mangas de sua roupa, deixando seus bíceps de fora. Onde havia luta, encrenca, queda-de-braço, lá estavam ele e seu irmão.
Nem o tempo e as responsabilidades fizeram João mudar. Mas esse comportamento lhe trazia dificuldades e inimizades, e ele passou a incomodar-se com isso.
Certo dia, um amigo o convidou para ouvirem um pregador. João gostava de novidades e aceitou.
Ao ouvir o pregador, João sentiu-se tão triste por sua condição! Aquele Homem falava tão mansamente, Sua voz lhe trazia tanta paz ao coração que ele decidiu que queria conhecer mais aquela pessoa maravilhosa e especial. Mas guardou esse segredo no coração.
Uma manhã, enquanto trabalhavam nos barcos de seu pai, consertando as redes de pesca, o pregador aproximou-Se e falou-lhes:
– João, você e seu irmão não gostariam de ser pescadores de homens? Querem trabalhar comigo?
João ficou muito feliz, mas suas atitudes o acusavam. Como seguiria Alguém tão puro? Ele que era tão rude e briguento? Mas, ao olhar para aquele homem, viu em Seus olhos muito amor e perdão, e isso bastou-lhe. Deixou o barco e seguiu a Jesus (Mateus 4:21, 22).
Jesus não Se importa se as pessoas olham você como encrenqueiro, rude, provocador, preguiçoso, etc. Ele olha para o seu coração e sua disposição em melhorar. Ele vê a sua sinceridade. E é isso que Ele quer hoje de você.
Mas a excelência da sabedoria é que [...] dá vida ao seu possuidor. Eclesiastes 7:12, ARC
Natanael pegou seus livros e procurou um lugar tranquilo debaixo de uma frondosa árvore. Então, sentou-se para estudar.
Ele amava os livros. Ficava fascinado com as histórias que lia e ouvia sobre seu povo. Sempre que estava diante dos seus professores, fazia-lhes muitas perguntas, pois queria aprender mais.
Seus pais não podiam pagar-lhe uma escola cara. Mas, na pequena escola de sua cidade, se dedicou ao máximo. Sonhava em ser um professor, e então viajaria pelo seu país, aplicando seus ensinos. Formaria sua escola, onde teria alunos de diversos lugares, filhos de pessoas importantes.
Quando percebeu que estava “voando”, voltou rapidamente aos seus livros. Se continuasse assim, não conseguiria realizar seus sonhos. Precisava estudar.
Mas a vida não foi tão fácil para Natanael. Ele precisou sair da escola e trabalhar. Mas isso não o abateu. Continuou com seus livros. Quem sabe, um dia surgisse a oportunidade tão esperada e ele estaria pronto!
Com o amigo Filipe começou a estudar a história de seu povo com mais interesse.
Certo dia, Filipe chegou um tanto exaltado: “Achamos Aquele de quem Moisés escreveu na lei, e a quem se referiram os profetas: Jesus, o nazareno” (João 1:45).
Nazaré? Aquela cidade pequena, com pessoas tão simples e ignorantes? Podia Alguém tão especial ser de lá? “Venha e veja”, desafiou Filipe (v. 46).
Filipe estava certo. Havia naquele Mestre muito mais que Natanael podia imaginar. Era o próprio Filho de Deus.
Jesus deu a Natanael a oportunidade com a qual ele tanto sonhou. Compensou sua dedicação e esforço e fez dele um grande mestre cristão.
E Ele compensará seus esforços também.
Natanael não fundou sua própria escola, mas foi um professor na escola de Jesus, o maior Mestre de todos os tempos. E, nesta escola, também há lugar para você.
Venha e veja!
Em Ti, Senhor, me refugio. Salmo 31:1
Tadeu estava cansado. Lidar com pessoas não era fácil. Nunca estão contentes com nada. Servir não é nada agradável quando as pessoas são mal-agradecidas. Seu chefe percebeu isso e os chamou para descansarem.
Era o que precisavam. Mas ainda havia tantas pessoas esperando... Não conseguiriam achar um lugar de repouso em meio a tanta gente!
No entanto, o chefe experiente teve uma ideia. “Passemos para a outra margem” (Marcos 4:35).
A tarde declinava e a brisa suave que vinha do mar dava uma gostosa sensação de paz e tranquilidade. Era muito bom estar ali! Todos estavam tranquilos e silenciosos. Parece que queriam absorver toda aquela paz. Também, o chefe dormia e não queriam acordá-Lo.
Nuvens negras começaram a esconder a claridade da Lua que começava a aparecer. Um vento forte começou a soprar. Eles sabiam o que isso significava. Tempestade!
Logo, as ondas estavam altas e a água começou a entrar no barco. Apavoraram-se. Tadeu passou a remar com vigor. Esqueceu-se do seu cansaço. Tinha que manter o barco na direção e sem afundar. A força das ondas e a fúria do vento eram maiores do que podiam suportar. Sentiram, então, a falta de seu chefe. Onde Ele estava?
Dormindo sob o barulho do vento e dos trovões. A água estava quase inundando o barco e Ele nem percebera.
O medo tomou conta de todos. “Senhor, acorde! Estamos afundando!” Jesus levantou-Se. Ao olhar em volta, ergueu a mão e mandou que as forças da natureza se calassem. Tudo silenciou. Tadeu ficou impressionado. Quem era esse homem que podia fazer tal coisa?
Sentiu-se envergonhado. Faltara-lhe, e aos seus amigos, fé para crer no poder dAquele que com eles estava.
Jesus espera que eu acredite nEle. Quer que eu saiba que Ele pode me ajudar nas horas fáceis e difíceis, e que está no mesmo barco que eu. Não preciso temer. Ele vai me socorrer e me dar Sua paz.
Procurem fazer o que é correto aos olhos de todos. Romanos 12:17, NVI
– Mamãe, me responde esta: Pensei num número. Multipliquei esse número por 14. Dividi o resultado por 13. Depois, subtraí 19 e obtive 9. Em que número pensei?
A mãe colocou a mão no queixo e respondeu:
– Não sei.
– Mais um ponto para mim.
A mãe sorriu e respondeu:
– Acho que você precisa me ensinar cálculos. Como foi a aula?
– Ótima! O professor ensinou muitas formas interessantes e práticas de calcular. Quando crescer quero trabalhar com números e contas, como o titio Issacar.
– Por que você não pensa em um comércio, como seu pai?
– Titio conta o dia todo. E, por falar nisso, ele me convidou para ajudá-lo. Posso ir?
– Depois que você cumprir suas obrigações.
Levi terminou suas tarefas e se dirigiu à banca onde o tio trabalhava. Gostava de ver as diferentes pessoas que chegavam e saíam da cidade. Apreciava ver como o tio negociava com as pessoas. Às vezes, algumas ficavam exaltadas, mas ele logo as acalmava. Ele era um homem muito tranquilo e sabia como conversar. O tio lhe dizia que sua profissão era por vezes espinhosa, porque havia colegas desonestos e isso dificultava seu trabalho. Mas ele apreciava o que fazia e transmitia isso ao sobrinho.
Quando Levi já era um rapazinho, o tio lhe perguntou se não gostaria de aprender uma profissão:
– Estou ficando velho e quero me aposentar. Mas, com tantas pessoas desonestas por aí, não vou ficar feliz em saber que alguém assim tomou o meu lugar aqui. Por isso, pensei em você. É honesto e inteligente e sabe contar muito bem. Quer aprender?
Quando alguém idôneo pode confiar em mim e entregar-me responsabilidades maiores, é um bom sinal. Mas preciso conquistar esse espaço, e é no dia a dia que consigo isso. Preciso me esforçar e só então verei a recompensa dos meus esforços. Mas jamais conseguirei sozinho. Preciso da força e sabedoria que o Céu pode me dar.
E Deus é fiel; Ele não permitirá que vocês sejam tentados além do que podem suportar. 1 Coríntios 10:13, NVI
Levi pulou de alegria. Era tudo o que queria. Teria que chegar logo cedo e ficar o dia todo na banca do tio. Em pouco tempo, aprendeu o que teria que fazer. Aos poucos, o tio foi se ausentando e logo ele estava sozinho. A responsabilidade nas negociações era toda sua, e muito dinheiro passava por sua mão. Sua obrigação consistia em cobrar os impostos para o governo romano e então entregar o dinheiro nas mãos do responsável.
Quando Levi entregava o dinheiro, o responsável perguntava quanto ele havia embolsado naquele dia. Seu tio havia falado sobre isso. Era costume cobrarem a mais e ficarem com o que sobrava. Muitos enriqueciam assim, à custa do povo. Por isso, as pessoas não gostavam dos que faziam esse trabalho.
Os colegas de trabalho diziam que seu tio fora bobo em não ter enriquecido como eles. Eles tinham muitas regalias: boas roupas, casas excelentes, boa condução, dinheiro de sobra no banco, terras e empregados para lhes servir. Era realmente tentador e ele começou a pensar que, se todos faziam, não deveria ser tão errado assim. Poderia usar esse recurso somente com os que tinham bastante dinheiro.
Raciocinou que as pessoas já não tinham mesmo um bom conceito a respeito de cobradores de impostos. Então, seu nome já não possuía uma boa reputação entre as pessoas que chegavam e entravam. Mas lembrou-se de que seu tio havia lhe dito que o colocaria em seu lugar porque podia confiar nele e que ele seria honesto.
Seus pensamentos fervilhavam. O coração estava inquieto. Já não sentia tanto prazer no que fazia e seu semblante era triste.
Satanás sente um imenso prazer em torturar as pessoas. Ele aprecia muitíssimo fazer isso com você. Quer ver você “caindo em sua conversa” e então vê-lo atormentado pelo pecado cometido. Mas você não precisa ouvi-lo. Cristo lhe dará forças para vencê-lo. Segure em Sua mão e você não cairá.
Siga-Me! Mateus 9:9, NVI
“Vocês são o sal da terra. Mas se o sal perder o seu sabor, como restaurá-lo? Não servirá para nada, exceto para ser jogado fora e pisado pelos homens. [...] Assim brilhe a luz de vocês diante dos homens, para que vejam as suas boas obras e glorifiquem ao Pai de vocês, que está nos Céus” (Mateus 5:13, 16, NVI).
As palavras daquele Homem eram impressionantes. Seu semblante era sereno e cheio de confiança. Sua presença demonstrava respeito e santidade. Suas palavras ecoavam na mente de Levi. Elas tinham poder, e seu coração ficara tranquilo. Diziam que Ele era o Messias. Levi acreditou. Ele havia levado tranquilidade ao seu coração, e isso era a maior prova para ele. Já sabia o que iria fazer. Permaneceria fiel a Deus não importasse o que acontecesse ou falassem.
Aquele semblante e presença ficaram em sua mente. Desejou ser como Aquele homem. Como Sua presença o inspirara a ser bom e honesto! Como era gostoso ouvi-Lo!
Como desejou estar com Ele sempre!
Mas sua vida continuava e ele voltou à banca.
Certo dia, o Messias parou diante dele. O olhar penetrante e sereno encheu seu coração. Sua presença o fazia sentir-se tão bem! Sentiu naquele olhar amor e interesse.
Não era o olhar rude das pessoas que chegavam e saíam praguejando e maldizendo seu trabalho, mas um olhar de amor e amizade. As palavras daquele Homem romperam o silêncio:
– Siga-Me.
Levi Mateus não teve dúvidas. Deixou tudo e O seguiu. Sua vida seria diferente. E ele desejava ser diferente.
Ele se sentiu tão impressionado com a vida de Jesus e O amou tão intensamente que desejou que eu e você conhecêssemos Sua história. Então, Jesus o chamou uma segunda vez, agora para deixar escrito tudo o que vira e ouvira, o Evangelho segundo Mateus.
Jesus hoje está diante de você. Ele lhe dirige o mesmo olhar de amor e amizade. Não desvie o olhar. Ame-O também. Entregue-se a Ele e siga-O.
Se, porém, os teus olhos forem maus, todo o teu corpo estará em trevas. Mateus 6:23
O bebê nasceu. Que alegria! Tinha o rosto rosado e um olhar tão meigo! Ele era uma promessa do Céu e Deus tinha grandes planos para ele.
Tinha uma saúde de ferro e era um garoto muito simpático e sociável; por isso, tinha muitos amigos. Era o único filho, mas sua casa sempre estava cheia. Isso trouxe também um problema: sempre que sua mãe precisava dele, estava ocupado com seus amigos e demorava a atender. Tornou-se vagaroso em obedecer. Era-lhe mais importante a companhia dos amigos do que cumprir suas obrigações. Isso se tornou, também, mais precioso do que o tempo com Deus. Ele se tornou um jovem volúvel e vazio. Pessoas assim atraem outras semelhantes.
Deus lhe deu dons especiais para usar em Sua causa e ele deveria abster-se de qualquer vício. Mas ele não sabia mais obedecer.
Em uma festa conheceu uma jovem muito bonita. O corpo esguio, os lábios pintados na cor de sangue e a roupa bastante decotada a deixavam tremendamente sensual.
Riram, conversaram e “ficaram”. Ela era muito provocante e ele não resistiu aos seus “encantos”. Quanto mais a procurava, mais cego e tolo ficava. Não deu ouvidos aos conselhos dos seus pais e de alguns amigos da família.
Pobre Sansão! Deixou que seus olhos e desejos falassem mais que a razão. Seus olhos – o próprio instrumento de sua perdição – foram arrancados (Juízes 16:21).
Perdera a oportunidade de ver as obras maravilhosas de Deus realizadas por seu povo. Perdera a oportunidade de contemplar o amor de Deus com seus próprios olhos.
Os sonhos de Deus para ele não puderam se concretizar. Que pena!
Ele ignorou toda a luz que recebera, e sua vida foi cheia de trevas.
Quão triste é o caminho daquele que ignora a vontade e os planos de Deus! Hoje, Ele quer lhe dar toda a luz. Aceite-a e agradeça por ela cada dia.
Não cobices no teu coração a sua formosura, nem te prendas com os seus olhos. Provérbios 6:25
– Mãe, vou a uma festa em Timna com Uzias.
– Você sabe que não é um bom lugar para um israelita. Dizem que as festas lá sempre acabam em confusão.
– Não se preocupe. Duvido que alguém queira arrumar encrenca comigo.
O rapaz despediu-se e saiu.
Muitos rapazes e moças já estavam lá se divertindo e bebendo. Havia muita música e danças; riam e falavam alto. Sansão e Uzias procuraram alguns conhecidos e se uniram a eles. Sansão era um rapaz alto e muito forte. Seus bíceps causavam inveja a qualquer um e poucos se atreviam a provocá-lo.
Uma jovem graciosa aproximou-se do grupo onde Sansão estava, trazendo bebida e alguns petiscos. Era delicada e de voz meiga. Tinha um sorriso contagiante e era muito bonita. Durante o restante da noite, Sansão ficou em sua companhia. Riram, conversaram, dançaram. Sentiu-se apaixonado e desejou-a para sempre.
A primeira coisa que fez ao chegar em casa foi dizer aos pais que queria que eles a pedissem em casamento. Seus pais questionaram. Por que ele não tomava por esposa uma moça do seu povo?
– De jeito nenhum, pois ela é que me agrada.
Em um único contato, Sansão achou que poderia unir-se para o resto da vida. Olhou para a beleza física, para a graça superficial. Deu valor ao prazer físico, mas não valorizou o mais importante para uma união duradoura: a firmeza de caráter, a crença no mesmo Deus, os valores morais, a pureza, a bondade e a capacidade de amar... Quantos, como ele, não se deixam levar pelas coisas banais e acabam marcando a vida com manchas que demorarão a sair!
Se deseja felicidade e um relacionamento duradouro, comece a conquistar isso desde já. Ore e peça que Deus lhe dê sabedoria para fazer sua escolha quando tiver idade suficiente.
(Inspiração Juvenil 2010)